07/01/2024
Está ficando pra trás o tempo em que as noivas temiam que os celebrantes dissessem durante a cerimônia:: “Mulher, seja submissa”!
Contudo, é contra esse mesmo machismo que se esconde na noção de “seja submissa”, que é preciso avançar.
Longe de parecer apenas um crítico, proponho alguns pontos de reflexão:
- a frase “eu vos declaro marido e mulher” parte da ideia de que a moça, uma vez casada, finalmente tornou-se mulher, agora que tem um marido…
- a origem da superstição em que “o noivo não pode ver a noiva com o vestido antes do altar, pq dá azar”, parte do costume de que os casamentos eram arranjados. Nestes casos o noivo, muitas vezes conhecendo a noiva só no dia do casamento, poderia desistir da mulher escolhida por sua família antes de chegar no altar.
- a crença de que o véu que só pode ser descoberto no altar, parte da nessa premissa: o noivo só poderia conhecer o rosto da noiva, arranjada para ele, na hora do casamento. O mesmo vale ainda para: “não foge não, ela está linda” e plaquinhas afins… não parece haver algo estranho aí?
- “Pode beijar a noiva, ou, pode beijar sua mulher”, bem que pode ser substituído por “podem se beijar”, sem prejuízo para a beleza do rito…
- “É o pai quem deve entregar a filha mulher no altar”… acho já podemos imaginar de onde essa ideia veio, certo?
O que me proponho é repensar esse machismo nosso de cada dia, sobretudo em um rito que deve celebrar a união de pessoas no mesmo pé de igualdade.
Quem sabe ressignificar algumas tradições, com pais que levem noivas ao altar como uma forma de agradecimento delas e não com o sentido de “entrega. Ou noivos que fazem o “first look” para se emocionarem juntos e não pra evitar o azar. Quem sabe não seja melhor dizer “esposo e esposa” e não “‘marido e mulher”.
Quem sabe? Elas, as mulheres sabem! E já é tempo de um novo saber.
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E vc, o que me diz? Vamos continuar esse papo nos comentários!