20/12/2023
A linha se destaca como um dos elementos na expressão visual, sendo sua percepção capaz de indicar direções, sugerir movimento, determinar a forma e a identidade das coisas.
Ela pode criar a sensação de texturas, sugerir ritmos, intervalos, pesos e ausências. Refletindo sobre os eventos recentes, que aliás, abordam questões atemporais, optei por utilizar a linha como um símbolo, uma metáfora daquilo que divide: a fronteira dos limites intransponíveis do humano.
Rígida e inflexível entre o eu e o outro, em todos os sentidos da compreensão do que constitui uma fronteira, seja em termos de direitos, ideias, cor, ideologias ou fé, ela nos impede de dar o próximo passo na evolução. Diluir essa linha seria como um começo no processo de compreensão e superação de nossos limites em relação ao outro, algo que se mistura, convive, compartilha e agrega, onde vidas possam ter mais importância do que territórios.
Marcelo R. Zeni