04/12/2024
[TEXT]AO NOSTALGITA... E SAUDADE]
Vasculhando entre algumas coisas que ainda não desempacotei da mudança (sim, já tem 9 meses que mudei e ainda tem coisa em caixas - preguiça e falta de lugar para colocar), achei essa relíquia que me foi dada pelo meu avô de coração Durvalino.
Eu só cheguei a conhecer meu avô paterno, seu Euneris, mas não lembro dele, eu era bebezinha quando ele faleceu. E foi nesse dia que 'adotei' o Seu Duvarlino como avô.
Meus pais me levaram para o cemitério para o sepultamento do meu vô Nerinho, mas como eu era muito bebê, minha mãe não queria que eu entrasse em um lugar tão 'carregado' e coveiro, já senhorzinho, que estava lá na administração, disse pra que eles poderiam ficar despreocupados que ele 'cuidava de mim' enquanto eles se despediam do meu avô.
Então fiquei lá, eu ainda bebê em um carrinho com esse velhinho sorridente que ficou cuidando de mim. Depois disso, todos os anos que eu ia no cemitério (sim, eu ia, a maior parte da minha família, incluindo meu pai, já trabalhou lá), eu encontrava Seu Durvalino que me mimava me dando doces e brincando comigo. Um sentimento foi crescendo entre nós dois e passei a chamá-lo de Vô. Afinal eu não tinha conhecido meu vô Adolpho (pai da minha mãe que morreu antes de ela casar) e era muito pequena para lembrar do meu vô Nerinho. Vô Durvalino tomou esse lugar em minha vida e coração.
Ele era um homem de poucas palavras, mas sempre com um sorriso no rosto e tempo para brincar comigo. Ele não tinha familiares próximos e morava em um dos quartinhos de uma edícula lá do cemitério, sozinho. Passei ser a família que ele já não tinha mais contato e ele passou ser o avô que eu já não tinha.
Meu pai, que na época trabalhava na fábrica de ci****os Souza Cruz, sabia que ele era viciado no cigarro Minister, mas raramente tinha dinheiro para comprar, então toda vez que eu ia visitá-lo, meu pai trazia um pacote do trabalho, eu colocava um embrulho de presente e dava para ele...
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