28/11/2023
"E se um mail fizesse a diferença?
Estamos a um mês de haver uma revolução na forma onde podemos voar.
Já sabíamos disso, mas agora o momento aproxima-se. Esperámos até à última, mas desta vez parece que é mesmo de vez.
A não ser se tivermos os "ultimos modelos" de drones não vamos poder voar a não ser afastados 150m de tudo e de todos.
Esqueçam os voos em áreas urbanas ou onde existam pessoas ou edifícios.
E se um mail fizesse a diferença?
E se nós conseguíssemos sensibilizar a ANAC ou a EASA para que os drones que temos atualmente pudessem pelo menos voar mais dois ou três anos, essa é a vida "util" dos drones e daríamos tempo a que o mercado por si se ajustasse a esta nova regulamentação e não tivéssemos que ficar com os drones a servir de pisa papeis.
E se um mail fizesse diferença?
Talvez não faça. Mas eu vou dar o meu contributo para que a ANAC e a EASA pelo menos fiquem a saber o que eu penso.
Vou mandar este mail que coloco mais em baixo à ANAC e à EASA.
Sugeria que todos vocês façam a mesma coisa. São literalmente dois minutos que perdem/ganham e fazem com que estas autoridades pelo menos fiquem com as caixas de correio cheias de pedidos razoáveis para que haja uma pelo menos reconsideração da regulamentação que aí vem.
O texto colocado em baixo, pode servir-vos de inspiração para algo que queiram dizer ou podem colocar diretamente no vosso mail que enviarem.
O grupo já tem quase 1000 elementos. Imaginem se 500 mails chegassem às respetivas caixas de correio...
São dois minutos, e um mail pode fazer a diferença.
Se quiserem ainda, copiem e partilhem este mail."
Ass: Miguel Ribeiro
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EASA
Mail: [email protected]
Assunto: Exposição / Pedido de informação.
Att.: Natale Di Rubbo, Drone Project Manager
Mensagem: (copie o corpo da mensagem e assine no final)
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ANAC
Mail: [email protected]
Assunto: Exposição / Pedido de informação.
Att.: Dr Fábio Camacho, Chefe do Departamento de Aeronaves Não Tripuladas
Mensagem: (copie o corpo da mensagem e assine no final)
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Mensagem (coloque em português tanto para a ANAC como para a EASA)
Exmos. Srs.
Com a chegada do final da fase de transição e o início da aplicação do regulamento de Execução 2019/947, surgem aos operadores e pilotos várias questões.
Ao dia de hoje, apenas um fabricante de multirrotores tem alguns dos seus equipamentos com o selo de classe.
Embora desde 2019, os fabricantes tenham conhecimento que esta data estaria próxima e depois de mais de 18 meses de adiamento do que foi o limite inicial, apenas há pouco mais de 6 meses, um único fabricante começou a lançar os primeiros drones multirrotores já com o selo de classe.
Noutros países que estão a sofrer esta revolução de regulamentos, por exemplo nos Estados Unidos, os drones não necessitam de um “retrofit”, basta que tenham a capacidade de emitir o Remote ID.
Esta capacidade que já muitos fabricantes têm, é insuficiente para operarem na Europa. Terão ainda de cumprir com aquilo que são as restantes exigências do Regulamento Delegado 2019/945.
Assim, o ter um módulo de Remote ID não faz com que um drone possa operar em A1 ou A2 e além disso, não há módulos de Remote ID (acessórios) suficientes por parte dos fabricantes para fornecerem aos Operadores.
Desta forma, e mais uma vez, tem-se assistido na Europa a um atraso naquilo que é o desenvolvimento do hobby assim como da indústria relacionada com os veículos aéreos não tripulados (drones) devido à uma regulamentação que está mais avançada que as capacidades tecnológicas.
Desde 2020 que as aquisições de drones por parte dos operadores estão condicionadas à regulamentação existente e à ausência de soluções por parte dos fabricantes, em que os operadores foram forçados a adquirir equipamentos sem ter a certeza de que teriam depois alguma capacidade de “retrofit”
Além disso, a meu ver, a regulamentação europeia teve ainda algumas falhas importantes;
O não ter definido uma data separada para os fabricantes e para os operadores/pilotos cumprirem com a regulação no que diz respeito às classificações dos drones, em que os fabricantes teriam uma data-limite para colocar os seus equipamentos com selo de classe, e posteriormente, por exemplo só passados 12 a 18 meses depois o final da fase de transição para os pilotos/operadores;
E a não terem acautelado a utilização por um período mais alargado (apenas utilizado o remote ID) dos chamados legacy drone.
Chegamos ao final de 2023 sem soluções por parte da EASA, “obrigando-nos” a adquirir novos equipamentos quando os existentes cumprem praticamente com todos os requisitos em em termos de qualidade e que efetivamente não são muito diferentes de produtos finais que atualmente ostentam o selo de classe.
Atualmente, eventualmente menos de 15% dos operadores tem aeronaves que possam ser utilizadas nas sub-categorias A1(mais de 250g) e A2, o que fará com que mais uma vez a Europa fique atrás dos operadores da maior parte do mundo.
Resta aos pilotos/operadores uma das três soluções:
- Investir em novos equipamentos, sabendo que apenas um fabricante tem soluções em multirrotores colocando-nos em inferioridade relativamente, por exemplo aos nossos colegas americanos;
- Desistir de negócios relacionados com drones;
- Voar ilegal.
Chegamos ao fim de 2023 sem verdadeiras opções nem indicações por parte do regulador de um caminho que aponte soluções para estes problemas que o ano de 2024 trará a praticamente todos os operadores e pilotos.
Estivemos três anos na esperança que houvesse algum bom senso tanto por parte dos fabricantes, como por parte do regulador que tem vindo a admitir que a regulação avançou mais rápido que a tecnologia…
Certo que estas preocupações por parte dos operadores e pilotos terão algum tipo de acolhimento da vossa parte, subscrevo-me,
Atentamente
(Assinar)