27/11/2024
Parabéns a Catarina de Bragança!
Foi no dia 25 de novembro de 1638, em Vila Viçosa, que nasceu a única princesa portuguesa que foi rainha de Inglaterra. E é amanhã, dia 27, que celebraremos com o Executive Tea Club! Se ainda não se inscreveu para esta celebração, que será na Quinta das Lágrimas, em Coimbra, pelas 15h, envie um mail para a Executive Tea Club: https://executiveteaclub.com/pt/
D. Catarina de Bragança era a terceira filha do duque de Bragança – que se tornaria no rei D. João IV em 1640 – e de D. Luísa de Gusmão. O seu parto foi complicado, mas os pais e os irmãos adoravam-na, e a mãe chamou-lhe sempre “A luz dos meus olhos”. Deixo aqui um excerto do meu livro sobre o nascimento de D. Catarina. Emociona-me sempre:
“O gemido de um bebé, transformado repentinamente em choro forte, encheu o quarto, atravessou as portas e as janelas, correu os corredores do paço, penetrou nas frinchas das paredes e cruzou o espaço para o terreiro onde tanta gente esperava há tanto tempo, aquele som, as candeias acesas, suportando o frio graças às samarras quentes e aos xailes de lã grossa. Um gemido, um choro, um sinal de vida, que pareceu trazer a mulher trémula, dorida e assustada de volta a si mesma:
— Dêem-ma, dêem-ma, dêem-ma — dizia Luísa, sempre tão firma, tão controlada, tão forte, morta e trazida de novo à vida.
A parceira obedeceu à duquesa, pousando-lhe nos braços um bebé enrolado em panos, os olhos negros despertos, fixos no rosto da mãe. Luísa soltou um soluço e apertou-a com força, como se a quisesse proteger hoje e para todo o sempre.
[...]
— Catarina? — perguntou Luísa, surpresa. — Não lhe íamos chamar Conceição, como a Virgem de Vila Viçosa?
— Catarina — retorquiu seguro o pai, enquanto se levantava e caminhava até à janela com a filha nos braços e a virava para que olhasse as laranjeiras naquela noite iluminada por tochas, para que os cantares de embalar que a gente lá fora entoava lhe enchessem os ouvidos.
— Nasceu no dia de Santa Catarina — explicou frei Pedro [...].
— Que tonta sou, claro! Então, Catarina será — concordou a mãe, exausta. Para baixinho repetir «Catalina, a minha Catalina, a luz dos meus olhos».”