24/04/2022
21 de abril de 2022
A noite desse dia começou com uma forte chuva. Os pingos começaram a cair e os rostos das gentes sertanejas sentiram que o Mulherio estava para começar.
O que a chuva significou ali, para nós?
Fugindo dos estereótipos da seca, a chuva é um presságio positivo, em conjunto com os afazeres por trás da produção de um evento que buscou, e conseguiu, enaltecer a escrita de mulheres sertanejas. Caiu a chuva e, apesar disso, tivemos a emoção de ver o Casarão lotado de pessoas a fim de vivenciar esse momento histórico.
Foi muito gratificante, cada momento daquela noite, que se iniciou com o "O sertão é o reinado do Mulherio", discussão mediada pela grande Maria Valéria Rezende. Logo após, a artista e militante pelos direitos dos LGBTQIA+, Joyce Montinelly, fez uma intervenção, pensada para escancarar a violência que travestis e mulheres trans sofrem, no país que mais mata essas populações. O candeeiro de Joyce veio para queimar todo e qualquer poderio de machos sobre nossas corpAs. Após todo esse choque necessário, aconteceu a discotecagem da Dj Mulher do Fim do Mundo. Rafaela Moreira, em seus últimas dias de gestação, esteve no primeiro dia do Mulherio, para finalizar a noite. Ela, assim como todas as mulheres sertanejas, sabem e são fundamentais na nossa construção diária do Ser Mulher Sertaneja. O nosso momento de exigir o que sempre foi da gente.
A Feira Violeta também estava lá, com exposições de livros e artes de paraibanas(os), assim como o bar do coletivo NaTora, de Cajazeiras-PB. ❤️
Estes simples registros fotográficos reforçam as falas deste texto: fortes emoções estiveram conosco!
Foi apenas o primeiro dia. Que lindo, magnífico dia!
Fotos: Lucas Japhet