30/03/2022
Artigo interessante!
Maternidade, Família e os desafios atuais
Por Allan Marques*
Allan Kardec, o apóstolo da 3ª Revelação, ao indagar aos Espíritos Superiores, na questão 582 da magistral obra “O Livro dos Espíritos”, pode-se considerar como missão a paternidade?, obteve como resposta dos Imortais: “Sem dúvida é uma missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o homem pensa, a sua responsabilidade quanto ao futuro”.
Lógico que a pergunta, e por consequência a resposta apresentada, tratam da pater-maternidade, englobando a tarefa grandiosa de ser MÃE e PAI na Terra. Tema bastante propício à reflexão, neste momento de recolhimento social, no mês em que as atenções se voltam com mais ênfase às mães e também à família, considerando que no dia 15 de maio se comemora o Dia Internacional da Família.
Interessante, para compreendermos a grandiosidade da missão ora analisada, resgatar outro questionamento formulado por Kardec na obra já citada, o de número 208, quando ele pergunta se os Espíritos dos pais exercem alguma influência sobre os dos filhos após o nascimento destes e obtém como resposta que essa influência é MUITO GRANDE,pois os Espíritos têm que contribuir para o progresso uns dos outros(…)os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Isto constitui para eles uma tarefa: se falharem, serão culpados.
Não há como contestarmos a importância do papel de pai e mãe, ou de quem faça as vezes dessas figuras, tendo em vista a clareza das respostas dadas pelos nobres Orientadores da Humanidade, que ainda afirmam, com relação à mulher, na resposta à questão 821, também de O Livro dos Espíritos, que as funções a que ela é destinada pela Natureza têm importância tão grande quanto às conferidas ao homem, e até maiores, pois é quem lhe dá as primeiras noções da vida.
Em total sintonia com a proposta kardequina, o Espírito Thereza de Brito, na obra Vereda Familiar, psicografada pelo incansável Raul Teixeira, dedica o capítulo 13, intitulado “A mulher e seus filhos”, à abordagem lúcida dessa relação tão especial entre a genitora e sua prole. Afirma a benfeitora que vivemos numa época de contestação e desencontros éticos, na qual a figura feminina tem sido explorada de absurdas formas. Analisando os desafios atuais, percebemos, segundo Thereza de Brito, que há ideologias “fascinantes” apontando caminhos novos de poder e independência, mas que quase nunca mostram roteiros de equilíbrio ou sensatez.
No referido capítulo, de forma muito amorosa, são elencadas algumas posturas dignas que podem e devem ser assumidas por aquelas que protagonizam, neste planeta, o que há de mais sublime em termos de sentimento: que a mulher tenha para com seus filhos os cuidados de mestra e de irmã, de enfermeira e de mãe. Com certeza, mães e pais, conscientes de suas responsabilidades, estarão trabalhando ativamente para que os filhos sejam resguardados dos conflitos e tormentos dispensáveis do planeta ainda de provas e expiações que nos abriga.
As atuais condições da Terra representam, na verdade, um convite fraterno do Pai Misericordioso ao exercício do amor, no lar e fora dele, devendo cada um de nós buscarmos desenvolver a consciência do nosso papel individual e coletivo na grande obra da Criação. O Espírito Camilo, em Minha família, o mundo e eu, de maneira muito feliz, expressa que a maturidade da instituição familiar corresponderá sempre ao somatório da maturidade de cada um dos seus membros. Isso quer dizer que MÃES e PAIS equilibrados terão condições reais de direcionar os FILHOS no caminho do Bem, proporcionando à sociedade famílias emocionalmente saudáveis, cumpridoras da Lei Maior de Amor, em qualquer esfera em que se encontrem.
Em tempos de transição planetária, quando somos “convocados” ao pensamento ajuizado acerca de nossas tarefas no planeta que se transforma, é fundamental compreendermos, enquanto mães, pais e famílias, que Deus conta conosco. Às mães, em especial, Thereza de Brito se dirige dizendo que “O Senhor conta com você, de modo particular, porque quando você decidir-se a educar e amar, instruir e orientar com firmeza e disposição, o mundo se mudará para melhor”. Acreditemos, há esperança! Façamos nossa parte e sigamos confiantes, pois estamos todos a caminho da luz…
*O autor é Secretário e Coordenador da Área da Família da FEMAR. Trabalhador da área de Estudo. Vice-presidente do Centro Espírita Luz, Caridade e Amor, em São Luís-MA, onde colabora nas áreas de Estudo, DIJ e Comunicação. Expositor espírita.