18/03/2023
Olhando esse garoto de 25 anos, cheio de sonhos e planos, já casado e com uma filha, lotado de responsabilidades e preocupações, tocando em frente sem saber aonde ia dar. Se ia dar. Às vezes você olha e pensa que era feliz e não sabia, ou até sabia, mas esqueceu. Às vezes você descobre, surpreso, que era infeliz, mas só f**a sabendo depois que encontra uma felicidade verdadeira. Enquanto isso vai se enganando, fazendo concessões, cedendo a caprichos, engolindo sapos, aturando ofensas, se submetendo a exigências, para manter o que pensa que o faz feliz. Erro grave, custa caro, porque se leva tempo a descobrir e aceitar o autoengano. Já visitei esse inferno algumas vezes na vida. Não recomendo. Sim, o aprendizado é precioso ensinamento, mas não consegue evitar que os erros se repitam sob novos pretextos, mas com o mesmo texto. Mas sempre me pergunto o que leva as pessoas a tais desatinos e vou logo descartando: não é amor. Amor é outra coisa, é entrega, é confiança, é intimidade, é bondade, o amor não exige sacrifícios nem que você seja infeliz para fazer o outro feliz. Amor não é disputa de poder, de quem depende mais de quem. Isso é narcisismo tosco, é doença dos sentimentos. Mas homens, e mulheres, muitas vezes são estupidos o suficiente para se apaixonar por uma bunda ou uma cara bonita, e inventar qualidades falsas para justif**ar a escolha rasa. Trocam um bom s**o por uma convivencia empobrecedora. É muito comum, todo mundo conhece um caso. E gera uma tensão entre quem deseja e quem é desejado, o empoderado da relação, que usa esse poder como arma de chantagem e dependência do outro. Pobreza total, vitória do instinto animal sobre a nobreza do amor. Mas acontece bastante e não há o que fazer: quem deseja mais, depende mais do desejo do outro. Ah, mas quando o desejo ( pela inteligência, pela sensibilidade, pelo humor, pela beleza ) está unindo as pessoas, o amor floresce, e o tesão cresce e alimenta o amor.