09/08/2024
Achei, por muito tempo, que “eu” era este projeto e que sem o afeto não seria “ninguém”. Achava que ia perder as cores da vida, a vontade de criar, que me ia perder por não ter o que fazer.
Pois, aí estava, o verdadeiro problema. Não conseguia ver-me além do que faço.
Às escondidas fui aceitando umas encomendas, uns trabalhos, fingindo acreditar que iria voltar. Muitas vezes tentei voltar! Mas, não conseguia, não me fazia sentido.
Demorei muito tempo a perceber que não sou o que faço mas em tudo o que faço tenho de ser, por inteiro. Nessa equação perdi a lógica e perdi-me a mim mesma.
Quando tentava recomeçar, já não estava inteira, o meu coração pedia outras coisas, pedia outras experiências, outra vida.
Só que, estava nessa transição.
Por um lado, presa ao “e agora?” mantive-me aqui, silenciosamente, por segurança, por medo.
Por outro, acreditava (e acredito!) no mantra que sempre defendi: precisamos de confiar que a vida nos leva onde temos de ir.
Foi um longo processo de luto. Dei tempo ao tempo (com alguma impaciência, confesso), ainda que a cabeça achasse que iria conseguir voltar ao que era, o coração já sabia que não era o caminho.
Tive medo do incerto e dificuldade em ver outras e infinitas possibilidades enquanto a vida pedia-me que arriscasse mais, que aceitasse tudo o que sou e que percebesse que AFETO faz parte de quem sou.
O tempo chegou.
Aceitei.
Chegou a hora da despedida.
Preciso de experimentar a vida e enquanto deixar esta ponta solta, vou sempre ter uma aba aberta, que não me vai deixar seguir em frente.
Para fechar o ciclo falta uma coisa: contribuir, passar o testemunho, fazer com que o afeto passe a sua vida adiante.
Por isso, este domingo dia 11/08 o dia do afeto, trazemos novidades.
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