26/08/2022
se somos jacaroas hoje é por que a visão foi dela, a bruxa dos traços, de concreto armado a nanquim, multiartista e multiprofissional, de alma brilhante e impulsos severos, uma peixa-fema, um deleite de mulher - compõe os visuais dessa noite linda, desde as artes da comunicação até sua esperada exposição “QUASE LÁ”
“Cada dia é uma coisa e cada coisa é outra coisa; a linha que liga as sucatas entre si é a sucateira” – a mesma que, quando viu que SUCATA 96 era um manifesto do seu próprio processo, transformou o projeto em pseudônimo, de vida própria.
Heloisa Vidal, a pessoa que movimenta a caravana de 10 ovos por um, além de artista visual é arquiteta e urbanista e tramita muito destes dois mundos em suas referências, resumindo o pacote todo no que chamamos de: experimentalismo; e, talvez seja por isto que o movimento é a principal identidade que une tudo o que faz.
Hoje, busca ir além das ilustrações em papel e design de mídias digitais, agregando estudos em tecidos, cerâmicas e também sobre o ofício da tatuagem, como fonte de troca, expressão e manifesto do “tempo-espaço”.
SOBRE A EXPOSIÇÃO:
Sendo a primeira exposição da artista, preparou algo especial. Assim, apresentará parte de seu acervo e produtos, como peças de cerâmica, desenhos e óculos; e também, a série “QUASE LÁ” – uma homenagem ao seu Pai, que faleceu de COVID em 2021 e era um amante do mar com alma de pescador e ensinou a sucateira tanto a nadar quanto a se reconhecer dentro do próprio caos; tendo sido e sendo pra sempre, o barco que a levará quase lá: um lugar ilusório que todos desejam chegar quando, na verdade, já estão (seria esta sua crítica sobre sempre estarmos focados na chegada, esquecendo do caminho?)
A série vem composta por pinturas experimentais e peças únicas de roupas, que se traduzem como o fragmento daquilo que é abstrato e cíclico dentro do estado sólido das coisas.
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