08/12/2021
Documentário inédito contará, em quatro episódios, a história real de Andre Matos, uma estrela do rock que nunca quis ser uma estrela.
Os ingressos já estão à venda na Mister Rock (em frente ao SESC Poço) e no Arte Pajuçara.
Com cenas nunca antes vistas – incluindo a última entrevista do artista meses antes de morrer –, “Andre Matos – Maestro do Rock” traça a trajetória do maior vocalista brasileiro de heavy metal de todos os tempos, que ficou famoso mundialmente mesmo sendo avesso à fama.
Quando Andre Matos tinha apenas 13 anos, sua mãe o levou na primeira edição do Rock in Rio na noite em que se apresentaram Queen e Iron Maiden. Foi então que aquele adolescente tímido – que já tinha um talento nato pra música mas se escondia atrás dos óculos “fundo-de-garrafa”– teve uma epifania e decidiu que iria fazer aquilo da vida. Mas não imaginava o preço que teria que pagar por isso: lidar com a própria fama.
O documentário mostra como Andre Matos viveu a vida em sua plenitude, aproveitou todos os momentos e oportunidades que surgiram e, sempre que precisou, se reinventou. Vai mostrar que uma coisa que o Andre não temia era ter que recomeçar do zero – e nem mesmo o auge e o sucesso eram capazes de segurá-lo. Era isso que o diferenciava e o tornou admirado por uma legião de fãs no mundo inteiro – e foi a sua paixão pela música que fez ele pagar o preço da fama pra poder levar sua arte para o maior número de pessoas.
A CARREIRA
Andre Coelho Matos, formado em Regência e Composição Musical, nasceu em São Paulo no dia 14 de setembro de 1971 e fez parte de três das mais importantes bandas de rock pesado do país: Viper, Angra e Shaman. Era conhecido no mundo inteiro como um dos melhores vocalistas do estilo e levou o nome do Brasil para muitos outros mercados, principalmente Europa e Japão, abrindo as portas para várias bandas que vieram em seguida. A sua trajetória será contada agora, pela primeira vez, em um documentário dirigido por Anderson Bellini e lançado no exato dia que Andre completaria 50 anos.
Bellini fez uma entrevista de mais de cinco horas com o Andre poucos meses antes de sua morte, na qual ele narra em detalhes toda a sua vida e carreira. Mas após partida precoce e repentina em 08 de junho de 2019, surgiu então a ideia de usar esse material como base para o documentário, que contou com o apoio da própria família do maestro – que, inclusive, cedeu uma caixa com cerca de 150 fitas gravadas para fazer o filme. “Quando ficamos sabendo dessa homenagem incrível, todos nós da família resolvemos dar o apoio incondicional para que esse seja o documentário oficial sobre a obra e a vida dele. Cedemos todas as fotos e vídeos dele em casa com a gente, materiais raríssimos que ninguém nunca viu”, afirma o publicitário Eco Moliterno, primo de Andre.
OS QUATRO EPISÓDIOS
“Andre Matos – Maestro do Rock” vai retratar em detalhes toda a trajetória do vocalista e abordar todos os momentos de sua carreira – até os mais polêmicos, como a separação do Angra e do Shaman, – dando voz a todos os envolvidos.
O primeiro capítulo mostra o interesse de Andre pela música desde a infância e falar da formação da sua primeira banda Viper, em 1985. Na época, os integrantes eram todos adolescentes e Andre, o mais novo, tinha apenas 14 anos – mas o primeiro álbum deles (“Soldiers of Sunrise”) foi um divisor de águas na história do metal nacional, que na época estava apenas engatinhando. Só que logo após o lançamento do segundo álbum (“Theater of Fate”) – quando a banda estava no auge, fazendo sucesso internacionalmente –, o Andre saiu do Viper para se dedicar exclusivamente aos estudos de música clássica – o que mudaria mudou completamente o rumo da sua vida.
O segundo capítulo vai contar como ele conheceu na faculdade de música os amigos com os quais formaria o Angra – que foi um sucesso absoluto, tendo recebido Disco de Ouro no Japão já com seu primeiro disco (“Angels Cry”). A confirmação da grandeza e qualidade da banda veio com o segundo álbum (“Holy Land”), que mesclava de maneira muito interessante ritmos brasileiros com metal e música clássica. Com o Angra, Andre gravou três álbuns de estúdio e consolidou o seu nome no exterior – e ainda teve a oportunidade de, em um show realizado em Paris em 1998, cantar ao lado de Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden que o inspirou a virar cantor no Rock in Rio. Sua identificação com o público mundo afora era tão grande que ele aprendeu a falar sete idiomas para poder interagir com seus fãs durante as turnês no exterior – mas mesmo estando mais uma vez no auge, Andre deixou o Angra e se mudou para a Alemanha, onde fez o projeto de música pop Virgo junto com o guitarrista e produtor alemão Sascha Paeth.
O terceiro capítulo vai mostrar como o Andre, já de volta ao Brasil, formou o Shaman junto com outros músicos dissidentes do Angra – um sucesso instantâneo que fazia shows e já era conhecido antes mesmo de lançar seu primeiro disco. A banda se tornou uma das mais famosas do Brasil no início dos anos 2000 – estando frequentemente na programação das rádios, no Top 10 da MTV e sendo a primeira banda brasileira de rock pesado a ter uma música na trilha sonora de uma novela. O ápice do Shaman foi o lançamento daquele que é considerado por muitos, até hoje, como o melhor DVD de heavy metal nacional (“RituAlive”). Mas, apesar de todo o sucesso, a banda se separou após o seu segundo álbum.
O quarto episódio vai mostrar outros dois importantes projetos do qual o Andre fez parte (a ópera rock Avantasia e o supergrupo Symfonia) e também o investimento que ele fez em sua carreira solo – na qual chegou a gravar três discos. Ele passou ainda a atuar ainda em outras áreas, fazendo musicais e dando aulas de música e canto, sempre acompanhado por seu público fiel até seu último dia de vida.
A VIDA PESSOAL
Apesar de Andre Matos ter sido sempre uma pessoa extretamente discreta – com uma postura bastante reclusa nos últimos anos –, o documentário vai abordar aspectos da sua vida pessoal que certamente vão agradar e surpreender os fãs. “Ele foi um tipo de artista que está se tornando cada vez raro: gostava de expor seu trabalho, mas não sua vida pessoal. E pelo fato dele ter sido sempre tão reservado, esse projeto, com certeza, reserva muitas surpresas para os fãs dele”, complementa Eco.
Os formatos de divulgação e distribuição do documentário ainda estão em negociação e logo serão divulgados.
Júlio César Kümmer, Centro Cultural Arte Pajuçara