12/11/2022
CARTA ABERTA
PARA MEU AMIGO E ASSASINO
Eu me chamava Francisco Lindoberto Nunes Gomes, tinha 27 anos quando tudo aconteceu, eu era o filho do meio de Júlio Gomes e Maria Matildes. Meus amados pais se eu tivesse os escutado...
Fazer amizades nunca foi um problema para mim, sempre fui muito comunicativo e amava fazer todos a minha volta sorrir, confesso que sempre fui a alegria da minha casa, quantas histórias divertidas tínhamos para contar, infelizmente hoje são só lembranças. Como todos ao longo da minha vida procurei fazer amizades com o propósito de compartilhar alegrias, superações, tristezas, mágoas e todos os tipos de sentimentos. Mas nessa procura eu acabei encontrando o MEU ASSASINO. Como eu poderia imaginar que alguém que se dizia amigo e muitas das vezes até irmão, iria me arrancar do seio da minha família, mas infelizmente isso aconteceu, como eu queria agora está nos braços do meu pai, falando para ele que tudo iria ficar bem, e que eu estaria ali pro que der e vier, mas não posso, pois a exatamente 1 ano e 6 meses a minha casa já não é mais a mesma, que minha família, parente e amigos choram a minha partida, partida essa sem explicação, partida essa que não tem volta.
MEU ASSASSINO, você não era um estranho, você não era meu inimigo (assim pensava eu) éramos “amigos”, saímos juntos pra festas, você andava em minha casa, falava com minha família, sentava a mesa, dava risadas, tudo para mim parecia tão normal, éramos tão “amigos” que até um negócio abrimos juntos, tentamos trabalhar juntos, mas nossas diferenças começaram a aparecer e então cessamos nossa sociedade nos negócios e eu não imaginava que essa sociedade iria custar minha vida!
Você não tirou só a minha vida, você tirou a vida de um filho, irmão, primo, amigo e protetor de uma família. Deixou devastado o coração de meu pai, que já vinha sofrendo a perca de minha mãe. Você destruiu meus sonhos, tirou o meu sorriso sem motivo algum.
Betinho, era assim que carinhosamente todos a minha volta me chamava, desde cedo busquei ser independente e ajudar a minha família. Quando eu tinha meus 13 anos de idade comecei a trabalhar organizando produtos em um supermercado e assim fui conseguindo minha tão sonhada independência financeira e o principal, ajudando a minha família.
Com a perca de mainha, fiquei sem chão, nós não esperávamos perdê-la tão cedo, eu não conseguia acreditar, então resolvi ir tentar uma vida melhor em São Paulo, mas a saudade de meu pai e de meus irmãos era muito grande, então resolvi voltar.
Nesta volta conheci então o MEU ASSASINO, aquele que se dizia ser meu “melhor amigo”.
Hoje minha família se pergunta o porquê de uma amizade tão grande se torna em um ASSASSINATO tão frio e cruel. E por isso eu peço JUSTIÇA, por mim, e pela dolorosa dor que esse ser frio, cruel e calculista fez a minha família passar, pelos meus sonhos cessados, e pelos sorrisos apagados, e por hoje eu ser só lembranças no coração dos que eu tanto amo.
ASS: Francisco Lindoberto Nunes Gomes.
