O Moinho Covolan reinventado como Muinho é um espaço irradiador das artes em suas múltiplas formas de manifestações. Aqui você pode encontrar um espaço de eventos, onde movimenta a vida noturna da cidade, um café aconchegante resgatando os sabores tradicionais da região atendendo também as novas necessidades do cotidiano atual com opções Fit, sem gluten, sem lactose, vegetariano, vegano. Um Museu ligando as heranças simbólicas do passado ao horizonte contemporâneo da cultura e uma Associação Cultural que atua como um centro de projetos e ações de formação educativa e de empreendedorismo criativo e colaborativo contando também com um espaço de Coworking.
A Associação também luta em defesa patrimonial, por meio do ato de tombamento, conforme DECRETO-LEI Nº 25, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1937, provendo ações como um Abaixo-assinado onde já conquistou mais de 5 mil assinaturas, a fim de que o objeto constitua parte integrante do Patrimônio Histórico e Artístico do Município e Estado. Você também pode contribuir com essa luta deixando sua assinatura em https://www.change.org/p/salve-o-muinho-pelo-tombamento-como-patrim%C3%B4nio-hist%C3%B3rico-art%C3%ADstico-e-cultural
Saiba mais sobre como tudo começou.
O Moinho Covolan foi um marco no pioneirismo industrial, tecnológico e arquitetônico em sua época da cidade de Farroupilha e região.
Construído por Antônio Covolan, filho de imigrante italiano, por volta de 1920, inicialmente era uma construção de madeira com energia gerada por máquina a v***r. Em 1926, deu-se início a construção da edif**ação em alvenaria de tijolos maciços que resiste até hoje. Seu estilo arquitetônico proto-modernismo, com semelhanças da Art-Deco característico das décadas de 30 e 50, surpreende por não possuir nenhuma viga de concreto para sustentar seus 5 andares, chegou a ser o prédio mais alto da cidade.
Devemos destacar também a autonomia em geração de luz do Moinho, chegando a fornecer energia elétrica para a cidade de Farroupilha durante um período na Segunda Guerra Mundial.
O Pistão do motor e algumas peças que faziam parte do maquinário ainda se encontram no Moinho, onde foi criado um Museu reconhecido e registrado em 2018 pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, fazendo parte do acervo nacional.
O Moinho Covolan encerrou suas atividades com moagem de trigo no final dos anos 80, mas seu legado histórico e sua existência perduram até hoje pela dedicação, persistência e muitos dotes artísticos de um dos netos de Antônio, Gustavo Covolan, que desde 1992 vem dedicando sua vida para manter o prédio, sem recursos financeiros, ele usou sua criatividade e seu sonho em tornar esse, um patrimônio histórico reconhecido.
No início ele apenas mantinha o local, pois quando se mudou para lá o prédio estava em ruínas e ocupado por moradores de rua. Em primeiro momento o plano era fazer um bar, um local para reunir os amigos, fazer eventos e também como fonte de recursos para manter o prédio e seu projeto de restauro. Foi fazendo a obra do bar, que ele se descobriu como artista, onde havia estruturas decaídas, janelas e portas podres, brotaram mosaicos insinuantes de vidro, cimento e ferro, usando palavras de um amigo, obras gaudianas.
Internamente, esculturas tomaram forma em paredes, restos de madeira do antigo moinho apodrecidas com o tempo viraram Totens, chamados de Guardiões do Muinho, novos arranjos, entre objetos históricos e montagens livres. Sua maior fonte, por não possuir verba para tais reformas, foram materiais reciclados, exemplo disto é o isolamento acústico do telhado feito com 5.000 garrafas PET.
Gustavo fez tudo isso, sem agredir as características originais do lugar, apenas reinventando o espaço. Ele levou 8 anos para concluir sua obra até a abertura do bar, sim! Foram 8 anos, acreditando nesse sonho. Em setembro de 2008 nasceu o Muinho, dito assim como uma reinvenção à palavra original.
O Muinho hoje se tornou um espaço artístico-cultural, apoia e abre espaço para as formas de expressão, de inclusão social, dos modos de criar, fazer e viver, quer continuar a ser um lugar de encontro e de movimentos coletivos de ativistas urbanos e que se envolve ainda mais com a comunidade em geral. Viva Muinho!