03/12/2016
UM ABRAÇO AO DESESPERO
E um novo dia começou, mas desta vez, para muitos, sem esperanças, sem sonhos, todos marcados por um final. O que era para ser alegria, para um povo que ainda precisa de heróis, calou-se frente a tragédia que ocorreu com o time de futebol Chapecoense. Foram pais, irmãos, filhos, amigos, ídolos que perderam suas vidas neste acidente, a notícia que tomou conta do país e do mundo, fez a vida parar, não só para os que se foram, mas para todos próximos ou distantes que estenderam suas mãos, neste abraço coletivo ao desespero. Nos faltam palavras, é difícil acreditar em tão dura realidade, a todo instante imagens de atletas, dirigentes e jornalistas que partiram em busca de uma vitória, que lutaram bravamente por uma cidade, perderam suas vidas nesta batalha, mas que hoje propagam ao mundo sua união.É lamentável que tragédias como está precisem acontecer para que possamos parar e olhar ao nosso redor, percebendo que a busca incansável pelo tempo, pode acabar em segundos. Precisamos realmente sentir dor para lembrar que na vida e na morte somos todos iguais? A dor trouxe a união e o desespero trouxe paz de espírito à muitos, pois somos frageis, somos sentimentos, somos corpo, alma , somos pessoas. Em momentos como este, não existem diferenças, involutariamente nos colocamos no lugar do outro e sentimos o que sentem, buscamos respostas, precisamos entender e precisamos mostrar que ninguém está sozinho. Acredito que o imenso vazio e a falta de explicação lógica e até mesmo espíritual frente a desastres como este, sejam como um gatilho a despertar nossa humanidade. Deveriamos poder partilhar nossas alegrias, não nossas tristezas, estarmos juntos, nos apoiando, sem rótulos ou julgamentos, mas somos treinados a enxergar no outro um obstáculo à nossas metas. A dor por um abraço, pois ainda precisamos da perda, para valorizarmos o simples fato de existirmos.
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Por: J. Andrade
Foto:diariodocentrodomundo