Se você é recifense, provavelmente já viu Doralice por aí. Ela costuma frequentar cafés nas Zonas Norte e Sul da capital pernambucana há quase três anos, além de bater ponto na Praça de Casa Forte nas tardes de quinta a sábado. Encantadora e muito viva, é por esse nome que é conhecida a Kombi 1994 d’O Meu Jardim, loja de plantas de Cláudia Araújo e André Amorim.
A Kombi mais charmosa da cidade, como Doralice é carinhosamente conhecida, traz uma variedade de cactos e suculentas para todos os gostos e níveis de dedicação: desde as que precisam de água e cuidados diariamente, até aquelas que sobrevivem nas mãos dos mais descuidados (quem nunca deixou uma plantinha morrer sem querer?).
Sabendo disso, a publicitária Cláudia Araújo e o jornalista André Amorim, mãe e filho, adoram ensinar os clientes a cuidar das plantas que eles compram. A cada venda, eles tiram alguns minutinhos para, pacientemente, listar todos os cuidados de que cada espécie precisa. E se tem algo que os dois têm é conhecimento de causa.
Cláudia mora em uma casa no Poço da Panela, Zona Norte da capital pernambucana há mais de 20 anos, e o jardim é o xodó da residência. É lá onde são feitas reuniões de família e almoços em datas comemorativas, além de ser a casa das plantas que ela tanto adora cuidar.
Na verdade, foi assim que tudo começou, com o cuidado de Cláudia pelas plantas de sua própria casa e a vontade de ensinar aos outros como tratar direitinho a vegetação. O empurrãozinho veio do filho, que tinha acabado de voltar de Curitiba com uma experiência em edição de vídeos. “Comecei a fazer pequenos vídeos de minha mãe cuidado do jardim dela, em casa, e criei uma página no Facebook para que ela pudesse falar sobre isso. Coisa bem simples”, explica André. Daí vem o nome e toda a ideia do negócio.
Os vídeos fizeram sucesso. Chovia comentários perguntando se Cláudia vendia as plantas sobre as quais falava na tela. “A gente descobriu que existia um mercado para aquele tipo de produto que estávamos mostrando”, diz a publicitária.
E eles começaram do início, mesmo, com uma banquinha pequena, mas que, para o momento, era suficiente. Era 2015. “Era uma maleta que se transformava em banca, em uma mesinha, e a gente ia para a feira de orgânicos da Praça de Casa Forte aos sábados pela manhã”, lembra Cláudia Araújo. Só que, aos poucos, a tal da banca ficou pequena. Os produtos não davam conta da demanda que apareceu.
“Depois da banquinha, viramos a banquinha e a mala do carro. Depois, a banquinha e uns caixotes. Precisávamos encontrar uma nova forma de vender nossos produtos”, ponderou a família.
A moda da época eram os food trucks e food parks. Todo mundo lembra quando eles começaram a bombar na cidade, correto? Em toda esquina tinha um novo negócio surgindo. E, mas uma vez, a oportunidade mostrou-se clara. “Pensamos em criar um plant truck, que depois virou Doralice. Muita gente acha, inclusive, que Doralice é o nome da minha mãe. Elas ficam perguntando ‘Cadê Doralice?’. Mas Doralice é a Kombi”, conta André.
Cada detalhe do carro foi pensado com carinho. A parte de trás parece um escritório, para que se possa atender os clientes. Dentro, o estofado foi refeito, o piso é revestido com grama sintética para que se pareça com um jardim. O banco é verde e branco, bem como a pintura externa. Os adereços remetem a jardinagem. As cortinas são quadriculadas. Doralice é a identidade perfeita d’O Meu Jardim.
A ideia fez sucesso e já foi destaque na Veja, na revista de bordo da companhia aérea Azul, em matérias da na televisão (TV Jornal e TV Clube, em Pernambuco), além dos jornais O Estado de S.Paulo, Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco.
Por um lado, as plantas são o carro chefe do negócio. A ideia inicial era vender plantas de pequeno porte e de fácil manutenção, como cactos e suculentas. Aos poucos, as vendas foram evoluindo para orquídeas, rosas do deserto e outras flores e plantas. Por outro lado, o que ajuda no sucesso de Doralice são os vasinhos. Todos eles são feitos a mão por Claudia e André, um trabalho meticuloso. “É o que chama mais atenção para o nosso produto. São pintados a mão, com peças de barro produzidas por artesãos locais”, esclarece Cláudia. Eles têm olhinhos, nariz (ou boca, depende de como você vê – frases motivacionais ou o que o cliente pedir. Também podem ser feitos sob demanda.
Além da Praça de Casa Forte, Cláudia e André recebem clientes no local de trabalho, no Poço da Panela, com visitas agendadas. Doralice também costuma estacionar em frente ao Café São Braz do bairro da Madalena, na Zona Norte do Recife, e já estacionou em frente ao Café Borsoi, no Segundo Jardim de Boa Viagem, Zona Sul da cidade. As datas são sempre divulgadas nas redes sociais d’O Meu Jardim. Os preços dos produtos variam de R$ 15 a R$ 130 e a lojinha aceita pagamentos com cartão (débito e crédito).