O Maracatu Nação Cambinda Estrela foi fundado no Alto Santa Isabel, no bairro de Casa Amarela em 07 de setembro de 1935. Tal data é citada pelo maestro Guerra Peixe no seu livro Maracatus do Recife. Inicialmente o Cambinda Estrela era um maracatu de orquestra (ou de lança), mas as muitas pressões que existiram sobre esta modalidade rítmica impeliram vários grupos para à mudança de baque. Há regist
ros de que o Cambinda Estrela já era um maracatu nação no carnaval de 1947, quando obteve o título de vice-campeão, entretanto, não temos como afirmar quando esta mudança ocorreu. Talvez tenha existido nessa história da mudança de baque um processo de idas e vindas, pois o Sr. Manoel Martins, seu primeiro presidente, declarou que a pedidos de Mário Melo (antigo presidente da Federação Carnavalesca) o Cambinda tornou-se um maracatu nação no ano de 1953. Porém, como já foi referido acima, o Cambinda Estrela obteve o título de vice-campeão do carnaval recifense no ano de 1947, assim como foi listado para o desfile dos maracatus nação em 1945. O Cambinda Estrela tem figurado entre os maracatus-nação mais famosos da cidade do recife e seu nome está presente em diversos livros escritos sobre a matéria e foi, por muitos, apontado como um dos últimos que ainda existiam nos anos 70, durante o processo de decadência pela qual os mesmos passaram. Tal decadência tem o seu auge nos anos 70, quando existiam apenas cinco maracatus-nação. Ao final dos anos 70 e início dos 80 do século passado o Cambinda Estrela, assim como os seus co-irmãos, vão cambaleando e definhando. Ao final dos anos 80 o Cambinda Estrela não mais desfilava nos carnavais e era considerado peça de museu, visto que os seus principais articuladores haviam morrido. Dentre esses, destacamos as figuras de Mário Miranda, também conhecido como Maria Aparecida, José Tercilio e sua esposa, a Sra. Após muitos anos distante das ruas e do carnaval da cidade do Recife, o Cambinda Estrela foi reativado em 1997, mais precisamente no dia 02 de outubro, como fruto de uma cooperação entre alguns estudantes da Universidade Federal de Pernambuco e diversos maracatuzeiros das comunidades de Chão de Estrelas, Campina do Barreto, Jacarezinho e adjacências. O Cambinda Estrela retornou às ruas no ano de 1998, na 2ª categoria, e com muita maestria sagrou-se campeão, ganhando o direito de ascender à 1ª categoria já no ano seguinte. Entretanto, por questões de ordem burocráticas, a prefeitura da cidade do Recife em conjunto com a Federação Carnavalesca, mudaram as regras e impuseram às diversas agremiações da cidade uma divisão artificial da 1ª categoria em duas, passando a existir uma denominada “A” e outra “B”. O Cambinda Estrela mais uma vez honrou as suas tradições de luta e novamente conquistou o título de campeão, dessa vez na categoria 1ª B, no ano de 1999. Tal fato veio a se repetir novamente em 2000, quando o Cambinda Estrela sagrou-se novamente campeão desta categoria, garantindo o seu lugar no agora denominado grupo “A”. Nos últimos anos o Cambinda Estrela destacou-se nos carnavais do ano de 2002, quando conquistou o título de vice-campeão, e de 2003, ficando em 3º lugar, disputa em que figuraram nove maracatus-nação. Estando atualmente no grupo especial do carnaval da cidade do Recife. Atualmente o Cambinda Estrela mantém diversas atividades de cunho social na comunidade de Chão de Estrelas, local em que está sediado, e é um dos poucos maracatus que tem investido na alfabetização de seus membros através do Projeto Social Cambinda Estrela. Tal projeto possui também aulas de canto e toques de maracatu oferecidos para os jovens e adolescentes de suas comunidades. Esta proposta de ressocialização de jovens e adultos, assim como de desenvolvimento social, fazem do Cambinda Estrela um diferencial, por ser um maracatu que atua no quotidiano, não ficando restrito apenas aos desfiles de carnaval.