Instituto Cultural Cravo Albin

Instituto Cultural Cravo Albin O Instituto é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, no Rio de Janerio, para Pesquisa e Fomento

Foi criado em 24 de janeiro de 2001 com a finalidade de promover e incentivar atividades de caráter cultural no campo da pesquisa, reflexão e promoção das fontes que alimentam a cultura e, em especial, a música brasileira, visando a divulgação, defesa e conservação do nosso patrimônio histórico e artístico. Todo o conteúdo dessa página é de responsabilidade do Instituto Cultural Cravo Albin.

PEDIDO SURPREENDENTENunca me esqueço de que, em uma das muitas visitas que sempre fazia aos amigos Zélia e Jorge Amado e...
04/09/2024

PEDIDO SURPREENDENTE

Nunca me esqueço de que, em uma das muitas visitas que sempre fazia aos amigos Zélia e Jorge Amado em Salvador, certa vez ele me confidenciou uma delícia de segredinho: “você sabe, Ricardo, que o que me espanta mesmo é receber pedidos de leitores para adentrar e esclarecer certos rolos que eu construo em determinados momentos da ação dos meus romances, novelas ou contos. Tive que casar a D. Flor com o farmacêutico pela insistência de uma leitora, mas em compensação lhe impus todas as tentações do voluptuoso Vadinho. Casou com o homem certo, mas vivia atormentada pelo fogo incessante do falecido marido”.

Mesmo com escritores menores como eu, já aconteceram pedidos inesperados por parte de certos leitores. Agora mesmo, estou instado por leitor de Espanha que pede que eu republique, neste espaço, as crônicas que fiz, envolta em encantos mil, sobre o Taj Mahal, quando visitei a Índia durante um mês de procuras dentro da espiritualidade.

Aí vai, e o faço com alegria, porque o Taj Mahal foi certamente um dos grandes encantos de minha vida.

O deslumbramento do Taj Mahal (Extraído do livro Índia: roteiro bem e mal- humorado. Ed. Gryphus, 1996).
A chegada a Agra foi marcada pela excitação. A tensão natural provocada pela proximidade de um evento raro: conhecer o Taj Mahal. O túmulo, para quem não sabe, é considerado não apenas uma das maravilhas do mundo como também a mais bela construção erigida na idade pós- medieval, por seu irradiante sentido de equilíbrio e de pura beleza.
As poucas horas que me separavam daquele monumento, cujo perfil branco conhecia desde criança, foram de ansiosa expectativa. Chegara a Agra de ônibus, ao entardecer. O guia ajudara a aumentar a excitação quando falou da possibilidade de o monumento estar imerso em névoa seca na manhã do dia seguinte. As fotos e as filmagens ficariam prejudicadas? E se não pudéssemos sequer vê-lo? Mal dormi, mergulhado nas dúvidas do que poderia acontecer na manhã seguinte, quando, finalmente, iria conhecer o ícone que me tinha feito mergulhar em todas as histórias sobre a Índia da minha infância. Em minha imaginação infanto-juvenil elefantes, tigres, Sabus de Hollywood e princesas embrulhadas em saris dourados, com Maria Montez à frente, é claro, todos eles moraram no Taj Mahal.

Acordei bem mais cedo, preocupadíssimo com o tempo, e corri à janela. Uma nevoa seca – não muito espessa – me fez apertar o coração. Afinal, eu só tinha aquela maldita manhã para a visita. E se não desse para ver coisa alguma?

Tomei o café fazendo planos comigo mesmo de abandonar a excursão, caso não atingisse minhas expectativas de visibilidade. Afinal, o Taj Mahal era o que não me podia faltar, nessa viagem de quase um mês pela Índia. Enquanto o ônibus avançava em direção meu Shangri-lá indiano, a névoa se esmaecia. Ao pisar o enorme jardim quadrado que dá acesso ao monumento por uma porta gigantesca – quase um Arco do Triunfo indiano – o perigo passara. O guia informou que câmeras de vídeo só eram permitidas até a entrada. Dentro dos jardins que faceiam o monumento, filmar era terminantemente proibido. A tal ponto que os equipamentos ficariam na entrada, sob custódia do governo.
A expectativa aumentava de minuto em minuto e eu filmava tudo o que podia, até os degraus que davam acesso ao depósito. Guardei desolado a câmera e corri para a porta de acesso ao Taj Mahal. Lá estava o monumento envolvido por um finíssimo véu de neblina que, antes de lhe tirar a visibilidade, realçava-lhe elegantemente as linhas simétricas perfeitas. Fiquei mudo – ou engasgado, sei lá – pela pura emoção da cena. Pareceu-me um sonho De real e concreto, apenas os jardins perfeitamente cuidados que estavam à minha frente, distantes quase um quilômetro da quimera. Sentei-me por rápidos segundos num dos degraus onde começaria a visita e olhei de novo aquele quase bolo de noiva surrealista e inacreditável. Era como se ele tivesse pousado ali suavemente, um disco voador intocado pela brutalidade de mãos humanas.
Fechei os olhos por segundos e voltei aos meus doze anos. Sabu beijava Maria Montez envolta em gazes diáfanas, apenas o umbigo de fora. Elefantes e milhares de mercadores rodeavam o casal. A música subia e guerreiros chegavam em seus cavalos brancos, ladeando o rei mau que vociferava no alto de seu elefante, protegido por enorme toldo cravejado de diamantes. Abri os olhos em curtíssima fração de tempo, atordoado pelos pregões insistentes dos fotógrafos ambulantes que ofereciam seus serviços: duas poses por cinco dólares.
É claro que aceitei, de imediato, a primeira proposta, e lá fui eu fazer uma coisa que jamais poderia ter imaginado: dar as costas ao Taj Mahal para uma foto, apenas segundos depois de me extasiar com sua primeira visão. Pedi ao fotógrafo pressa, como se o sonho não mais estivesse ali quando eu de novo voltasse para ele. E marchei feliz em sua direção.
O monumento, na verdade, é muito mais belo do que todas as fotos e filmes que me puderam mostrar. Aliás, esse espanto com ícones visuais, familiares apenas por fotos e filmes, já ocorrera comigo anos antes, visitando as pirâmides do Cairo e os tempos de Luxor. Por mais que eles possam parecer familiares de longe, quando vistos ao vivo são diferentes. Ou para melhor ou para pior. Assim como as pessoas, em especial estrelas de cinema e cantores famosos.

No Egito e aqui em Agra fui tomado por emoções que julgava pretensiosamente burocráticas. Seria apenas um reconferir. E não foi. Foi muitíssimo mais, como se todas elas nascessem de novo para meus olhos e meu espanto. Os jardins espaçosos que emolduram o monumento foram percorridos por mim, com respiração curta, mas passos firmes. Subi os degraus que conduzem a ele, não sem antes tirar os sapatos e calçar pantufas.
Aliás, o uso obrigatório dos sapatos de algodão é muito inteligente, porque protege e lustra o mármore branco do piso, aumentando a sensação de beleza do todo. As paredes recobertas pelo mesmo mármore abrigam um tesouro incalculável, tanto pelo perfeito desenho de suas formas e de seus arabescos, como pelas pedras semipreciosas, nelas incrustradas. Lápis-Lazúli, ágatas, cristais de rocha, ainda decoram os desenhos, magistrais todos, como o grande mosaico colorido das pedras semipreciosas.
Já as preciosas – como rubis, esmeraldas e diamantes – foram roubadas ao longo dos séculos, nas sucessivas pilhagens de que a Índia foi vítima, a última, possivelmente, durante o Império Inglês. Os recortes no mármore para vazar espaço – uma tradição da arquitetura da Índia, sob domínio muçulmano – atinge seu esplendor neste túmulo, dentro do monumento. É aí que estão, no piso principal, as duas tumbas falsas de seus fundadores. As verdadeiras, os imperadores espertamente deixaram escondidas no piso embaixo, longe dos olhos dos ladrões e dos curiosos. Não pude descer ao andar inferior, em obras para reforma.

Ao lado do monumento, cercado por quatro belos minaretes, estão duas outras construções, rigorosamente simétricas e que foram construídas pelo imperador Shah Jahan para melhor poder contemplar, de ambos os lados, a simetria perfeita do Taj Mahal. E mais confortavelmente chorar a morte de sua esposa Mumtaz Mahal, que morrera de parto ao dar à luz ao seu décimo-quarto filho, com apenas 39 anos.

O imperador mongol, que reinou de 1627 a 1658, havia ficado de tal modo desolado com a morte da mulher, que resolveu fazer de seu túmulo funerário o maior e mais belo monumento de toda a Índia. Convocou arquitetos do mundo inteiro para lhe apresentarem projetos. O vencedor foi um arquiteto turco, daí a s razões tão explícitas dos quatro minaretes.

O templo mortuário demorou 17 anos para ser erigido e custou o trabalho de 20 mil homens, revezando-se dia e noite. Pronto o mausoléu, sua amada Mum taz lá instalada, a Índia quase falida pela extravagância, Shah Jahan exorbitou quando fez anunciar que construiria uma réplica do monumento do outro lado do rio, todo de mármore negro e ainda mais luxuoso.
Quando os filhos do imperador comprovaram que o pai falava sério – e as fundações do novo templo ainda estão lá até hoje – um deles, Aurengzeb- deu um basta àquele delírio e aprisionou o perdulário. De quebra, para evitar protestos familiares, assassinou todos os seus irmãos. Shah passou o resto de seus dias trancado numa construção simétrica que ele erigira, justamente para mirar e adorar a memória de sua amada. Portanto, uma prisão conveniente – quase perfeita – para quem fez a mais linda construção do mundo por amor.
Depois de sua morte, uma tumba igual a de Mum taz foi edificada para que se juntassem para sempre os dois apaixonados.

Ao sair do monumento, depois de admira-lo minuto a minuto, mesmo com o tempo miseravelmente breve imposto pelo guia, percorri o jardim de volta e olhei-o uma vez ainda. Passara-se uma hora desde que ali chegara. O véu fino de bruma, quase imperceptível, já não mais existia, e o Taj Mahal reluzia ao sol a pino no dia azul. Uma nova sensação de beleza me reconfortou. Não me contive e fiz um brinde imaginário ao amor. Só ele mesmo, um amor tão profundo, seria capaz de produzir e legar aquele milagre à humanidade.

Ricardo Cravo Albin
03/09/2024

GRANDE NOVIDADE PARA A HISTÓRIA DA MPB Esta vida de escritor a pesquisar por décadas a nunca acabarem o que de fato vale...
02/05/2024

GRANDE NOVIDADE PARA A HISTÓRIA DA MPB

Esta vida de escritor a pesquisar por décadas a nunca acabarem o que de fato vale a pena em nossa música popular pode conduzir a caminhos decepcionantes, não fosse a nossa memória coletiva no mais das vezes ausente, ou até cega, para aferir valores de referências e de historicidade. Ou, ao contrário, pode surpreender com o aparecimento de pérolas inesperadas e de fato a serem abrigadas. E compartilhadas com um maior número de estudiosos. É precisamente este texto que o leitor tem às mãos. Para mim em especial, com repercussões inesperadas em meu coração de entranhamentos tão apaixonantes pela mais bela cidade de pequeno porte do Brasil, a Penedo de minha família materna e de meus encantos infantis, a Penedo cujo centro memorial – a Casa do Penedo – foi arrebatadoramente imaginada e construída pelo meu melhor amigo de infância, o mais tarde renomado médico Francisco Salles, logo transformado em memorialista número um da cidade fundada por Maurício de Nassau. Salles foi igualmente agudo indagador de tudo que tivesse alimentado as vísceras históricas ou literárias de Penedo. Consolidadas todas elas através dos tantos séculos lambidos dia e noite pelo Velho Chico, o que a fez permanecer presença luminosa em um país quase nunca atento às grandezas que o põem de pé.

Chico Salles levantou sempre a necessidade de defender a cidade de eventuais maus tratos e modernices suspeitas, como também a obrigação de lhe realçar alguns feitos produzidos por até inesperados filhos relevantes.

O caso preciso deste “Dicionário Musical”, pesquisado, e diria até milagrosamente antecipado, por nome que só agora será reconhecido, o talvez pioneiríssimo musicólogo da literatura da MPB, o enciclopedista Isaac Newton de Barros Leite, cuja obra rara acabou por incendiar o olhar atento do homem de cultura Jean Lengi, atual diretor da Fundação Casa do Penedo, de quem recebi o convite para prefaciar o “Dicionário Musical”, publicado no Rio de Janeiro em 1908 (2ª edição, já que a primeira data de 1904, editada em Maceió pela Tipographia Commercial.
Isaac Newton (1857-1907) foi professor de piano e hábil consertador, além de afinador célebre desse instrumento. Em fragmentos incompletos – como já eu esperava – sua biografia realça singular acontecimento que cabe perfilar. Treze dias antes da sua morte em Maceió, aos 56 anos de idade, concluiria a fabricação de um piano inteiramente construído com medidas das matas alagoanas. O calendário indicava o dia 19 de setembro de 1907, e a imprensa da capital alagoana celebrava o feito como um “trabalho de grande apuro, bem-acabado e no qual seu autor imprimiu a mais correta perfeição.” O público de Maceió teria até feito fila para adentrar o atelier do artista e ver o piano alagoano, a Rua do Livramento, 16. O destino que mereceu esse piano? Quero pesquisar desde este momento e encareço a eventuais leitores que me forneçam algumas pistas. Valeria certamente a pena instalá-lo, se ainda existe, na Casa do Penedo, agora ao lado da nova edição de 2022 do seu antológico Dicionário Musical.

A Tipographia Commercial de Maceió realizou a raríssima impressão do Dicionário abrigando todas as abreviações, expressões, frases, vocábulos, sua techinologia, a par da nomenclatura dos instrumentos musicais desde sua mais remota antiguidade”. A volumosa obra (313 páginas) foi dedicada ao então governador do Estado Joaquim Paulo Vieira Malta. O Dicionário de Isaac Newton foi algumas vezes citado em obras brasileiras de musicologia, mas nunca teria sido objeto de justa consideração como extraordinário esforço pioneiro de lexicologia, que de fato é. De pouco valeria a frase com que Isaac abre seu prefácio: “Contando apenas com a pouquidade de nossos recursos, empreendemos essa obra, a fim de acolher os 4000 vocábulos de que aproximadamente conta ele. Este trabalho representa o fruto do esforço ingente de longos anos de perseverante estudo, inabalável resolução e decidida força de vontade. No meio acanhado em que vivemos e no qual a Arte definha, à míngua de escola e estímulos, talvez encontremos óbices que possam influir para o bom acolhimento d’este Dicionário. Entretanto só ao público indulgente cabe agora fadar o nosso trabalho, tendo em vista que o empreendemos contando apenas com nossa fraca mentalidade e com a complacência dos entendidos, de quem esperamos a reparação para os senões n’êlle encontrados.”

O autor considerava o seu Dicionário como uma compilação, “na sua maioria de textos em língua estranha, que nem todos conhecem.” Em português, apenas conhecia o de Rafael Coelho Machado que era segundo ele deficiente e lacunoso em tecnologia musical. Isaac conclui sua catilinária de modéstias afirmando que “nada inovamos, procuramos apenas aumentar o nosso trabalho, dando a conhecer alguns termos modernamente criados para expressar canções pátrias e instrumentos hoje muito usados, mas ainda desconhecidos na história da música moderna.”

Certamente que o penedense pioneiro incidiu em seus arroubos de modéstia em injustiça contra seu histórico trabalho. Até porque vários de seus conceitos apontam apurado conhecimento da cultura música tradicional, superando até mesmo obras publicadas posteriormente à sua. Alguns verbetes antecipam histórias que se cristalizariam no futuro e são de extraordinário interesse, como o Chorinho – “espécie de toada musical ao som da qual dançam o landu ou lundu. É também o nome de uma das variedades de “danças a que chamam samba.” Mais curioso e testemunhal, impossível.

Outro verbete, entre dezenas a merecerem cuidados e atenção, é o referente ao Maxixe – “nome chulo impropriamente criado pela populaça para designar a dança de uma Polca-Tango que prima pelo característico de meneios e requebros indecentemente exibidos pelos dançantes, especialmente em bailados públicos carnavalescos. Esta dança moderna, um pouco mais modificada, já vae sendo introduzida até mesmo nos salões da melhor sociedade.” Este verbete pode gerar todo um apoio histórico de definições de época e de comportamento. Inclusive como sentimentos de opinião sobre “requebros indecentemente exibidos pelos dançantes” ou “nome chulo impropriamente criado pela populaça.” A par de exibir também opiniões, reflete valiosa crônica de época, todo um contexto factual do comecinho do século XX. Portanto, e por tudo, este Dicionário Musical é obra sem paralelos na aferição do que existia e como era vista a confluência da música do povo nos primeiros anos do decisivo século XX, que estabeleceria a fixação do gênero musical mais celebrado pelo mundo, o samba do Brasil. E de seus criadores miscigenados.

Ricardo Cravo Albin
Rio, 30 de abril de 2024

O Instituto Cultural Cravo Albin deseja a todos seus colaboradores e amigos um feliz Natal e 2024 cada vez mais alinhado...
22/12/2023

O Instituto Cultural Cravo Albin deseja a todos seus colaboradores e amigos um feliz Natal e 2024 cada vez mais alinhado às causas do BEM: mais proteção aos artistas brasileiros, cantores, músicos e autores. E mais espaço para a MPB.

Ricardo Cravo Albin

CULTURA TAMBÉM CHORA PELA MORTE DE RENATO ABREUO Instituto Cultural Cravo Albin, muito triste e desolado, se soma ao lut...
02/12/2023

CULTURA TAMBÉM CHORA PELA MORTE DE RENATO ABREU

O Instituto Cultural Cravo Albin, muito triste e desolado, se soma ao luto que se espalha pelo país pelo desaparecimento de um dos melhores brasileiros de sua geração, Renato Abreu, o grande empresário, e assíduo militante da cultura e da Igreja Católica.

Nosso Instituto sempre foi distinguido pela vivacidade e expectativas criativas de Renato Abreu desde que elaborou preciosos e criativos produtos culturais com que o Grupo MPE brindava seus amigos e clientes espalhados pelo Brasil, desde coleções antológicas de discos de Caymmi e Noel Rosa, a shows celebrativos de Martinho da Vila e Simone. Agora, nesses últimos meses, nossa parceria prossegue agilmente com a cessão do valioso acervo do Instituto mediante contrato, incluindo um inédito Museu da Ópera para abrir o mais novo e maior museu do Norte Fluminense para a população de Campos e São Fidelis.

Renato Abreu, credibilizado como um dos mais honrados empresários do país, também se envolveu sempre com a fé católica, realizando nos últimos anos detalhado trabalho para renovar uma das jóias da cidade do Rio, a Igreja da Glória, de que foi nomeado Provedor Mor.

O velório culminou com missa de corpo presente na paróquia de São Judas Tadeu, a que se seguiu o enterramento no Cemitério da Colina do Parque em Niterói.

Ricardo Cravo Albin
Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin

Na foto R. C. Albin, C. A. Serpa e Renato Abreu.

INSTITUTO CULTURAL CRAVO ALBIN CHORA MORTE DE ALBERTO COSTA E SILVAAos 92 anos desaparece neste domingo um dos mais comp...
26/11/2023

INSTITUTO CULTURAL CRAVO ALBIN CHORA MORTE DE ALBERTO COSTA E SILVA

Aos 92 anos desaparece neste domingo um dos mais completos intelectuais que o Brasil já conheceu.

O diplomata dedicou-se com enorme competência a estudar as mais variadas configurações das proximidades que sempre uniram o Brasil e a África. Os profundos estudos dele são apreciados e reverenciados em muitas universidades estrangeiras.

Alberto foi igualmente atento presidente da ABL por quase 10 anos, quando nosso Instituto teve a honra de colaborar com ele em seguidos colóquios Brasil e África em suas proximidades anímicas e raciais.

A falta de Alberto deixa o Brasil e também a Africa mais pobres e em pleno luto.
O ICCA envidará esforços com segmentos específicos da Sorbonne para que breve seminário em Paris volte a refletir sobre a obra do notável brasileiro, agora desaparecido, e o legado africano na alma do Brasil.

Ricardo Cravo Albin

ZIRALDO ANIVERSARIA. O BRASIL TEM QUE COMEMORAR!Poucas coisas podem me dar tanto prazer do que falar, celebrar, e até pa...
24/10/2023

ZIRALDO ANIVERSARIA.
O BRASIL TEM QUE COMEMORAR!

Poucas coisas podem me dar tanto prazer do que falar, celebrar, e até paparicar o meu querido Ziraldo.

Seu aniversário representa muito mais do que um bolinho com velas, a serem sopradas na intimidade de sua família.

Ziraldo é um grandíssimo brasileiro. Sua arte, seus livros, sua permanente ação a favor da beleza, representam a face mais radiosa deste País, tantas vezes ingrato com muitos de seus filhos e insensível ante ao que vale a pena.

Portanto, quero crer que este pequeno texto possa representar muita gente, muitos admiradores, uma enormidade de seguidores do belo, do justo, daquilo que pode ser considerado com ligações ao Superior.

Ziraldo, todos nós te amamos! Vida longa e eterna.

Ricardo Cravo Albin

O Instituto Cultural Cravo Albin lamenta muito a morte de Cyva, do Quarteto em Cy. Querida amiga, como todas as integran...
23/10/2023

O Instituto Cultural Cravo Albin lamenta muito a morte de Cyva, do Quarteto em Cy.

Querida amiga, como todas as integrantes do quarteto, irmãs baianas descobertas no Rio por Vinícios de Moraes no amanhecer da Bossa Nova, Cyva foi muito estimada pelo meio artístico e pelo nosso Instituto.

Leia em anexo o verbete do Quarteto em Cy no nosso dicionário Cravo Albin.

https://dicionariompb.com.br/grupo/quarteto-em-cy/ #:~:text=Conjunto%20vocal%20formado%20originalmente%20pelas,Janeiro%20na%20d%C3%A9cada%20de%201960.

110 ANOS DE VINÍCIUS DE MORAES, NESTE 19 DE OUTUBRO. https://dicionariompb.com.br/vinicius-de-moraesSaudade, muita sauda...
19/10/2023

110 ANOS DE VINÍCIUS DE MORAES, NESTE 19 DE OUTUBRO.

https://dicionariompb.com.br/vinicius-de-moraes

Saudade, muita saudade do poetinha. Aliás, eu sempre considerei a palavra “poetinha” um tanto inapropriada a Vinícius, um poetão, um poetaço. Porque o diminutivo havia sido usado pejorativamente pelo General Costa e Silva quando lhe cassou a carreira de diplomata pelo AI-5 (em 13 de dezembro de 1968), com o agravante insultuoso do acréscimo do adjetivo vagabundo.

Vinícius de Moraes – que nunca foi um poetinha qualquer e muito menos um vagabundo – será lembrado não só como o maior lírico do seu tempo senão também como o maior letrista da MPB, uma síntese sofisticada de Orestes Barbosa e Noel, se me permitem o desvario das comparações inexatas.

Vinícius, um ser humano plural, até pelo vaticínio da letra S em seus dois nomes, não foi somente isso. Ele foi muitíssimo mais. Além de letrista, era compositor, e dos bons. Aí estão jóias que não me deixam mentir, como “Serenata do Adeus” ou “Medo de Amar”, duas canções dotadas de insinuantes melodias.

Vinícius, logo depois de cassado pela truculência do AI-5, me disse, em noite de desconsolo no Antonio’s, que iria dar um troco na ditadura, fazendo shows para os universitários do Brasil. Dito e feito. Tanto que o espetáculo “O poeta, a moça e o violão” (com Toquinho de um lado e do outro Maria Creuza, ou Maria Bethânia, ou Clara Nunes, ou Maria Medaglia) representou um farol de luz, beleza e dignidade na noite daqueles anos de chumbo. Nos anos 70, pois, enquanto muitos de seus melhores amigos estavam exilados, Vinícius resistia, dardejante, jogando beleza e verdade de suas músicas com Toquinho, seu derradeiro parceiro, as canções mais cantadas da década, lado a lado com os sambas de Martinho da Vila.

Pois bem, a importância de Vinícius de Moraes como personagem da música e poesia brasileiras ainda precisa ser avaliada. A meu ver, ela foi muito maior do que se pensa. Agora, o que não pode mesmo ser medido é a importância do hoje mito como ser humano. A não ser pelos que tiveram a felicidade de conviver com ele. Eu, por exemplo, jamais topei com ninguém pela vida com tal carga de generosidade.

SALVE VINÍCIUS!

UMA FLOR NA FLOR DA IDADE...O que leem acima quer dizer isto mesmo o que vocês já estão concluindo. Claro que a flor (Ro...
16/10/2023

UMA FLOR NA FLOR DA IDADE...

O que leem acima quer dizer isto mesmo o que vocês já estão concluindo. Claro que a flor (Rosa magnífica e olorosa, como na valsa Rosa do Pixinguinha) é Fernanda Montenegro, celebrada hoje pelos seus gloriosos 94 anos.

Que idade é essa mais disparatada, quase mentirosa, quando aquela que se diz nonagenária mais parece uma jovem senhora na flor da idade. De fato, Fernanda Montenegro é não só a maior atriz deste País. Vai muito além, porque é uma exemplaridade concentrada em virtudes robustas. Tal como se podem observar (de raro em raro) em pessoas que não envelhecem, ou melhor, jamais envilecem. Ou seja, em nenhum momento da vida se transmudam em seres vis.
Acompanho por décadas a fio, com gozo e orgulho, a participação artística e cidadã da grande brasileira, hoje de reconhecimento mundial.

Lembro-me de quando entrei na rádio MEC como escritor e apresentador. Pressuroso, logo fui conferir os ilustres que trabalharam na emissora de Roquete Pinto, o sábio do pregão “pela cultura de nossa terra, pelo progresso do Brasil”. Vislumbrei em primeiro plano o nome de Fernanda. Embora iniciando-se como radialista, já com a virtude máxima da profissão, o ter a voz perfeita.

Ao longo da vida topei com ela dezenas de vezes, não só indo festejá-la nos camarins depois das dezenas de peças a que assisti. Mas também em especialíssimo momento de emoção como admirador, ao entregar-lhe o prêmio Golfinho de Ouro de Teatro pelo Museu da Imagem e do Som como a melhor atriz do ano. Ela foi eleita por unanimidade pela interpretação radiosa do monólogo de Beckett em que aparece imobilizada, porque enterrada em meio do palco até o pescoço. Usando apenas a voz. Maravilhosamente emitida, mas conjugada pela absurda maleabilidade de um a um de seus músculos faciais, verdadeiro milagre, dialogando com o par de olhos, grandes, faiscantes, oceânicos. Que também sabiam falar e emudecer. Tal como um Oráculo da antiga Grécia.

O grande encontro que experimentei com Fernanda ocorreu a pouco mais de cinco anos.
Convidei-a, e ela me honrou aceitando de pronto, a narrar comigo o espetáculo “MPB – A História de um Século” (Foto abaixo).

MARCOS E ISMAEL, DOIS ANIVERSÁRIOS QUE REMETEM A DUAS ÉPOCAS MUSICAISO dia de hoje é particularmente estimulante porque ...
15/09/2023

MARCOS E ISMAEL, DOIS ANIVERSÁRIOS QUE REMETEM A DUAS ÉPOCAS MUSICAIS

O dia de hoje é particularmente estimulante porque se convergem duas referências, dois tempos, duas épocas do melhor da MPB.
Em 1905 nascia em Jurujuba Ismael Silva, que sempre considerei um dos fixadores do samba que era considerado antes dele o samba primitivo, quase em forma de maxixe.
Em 1943 nascia no Rio um dos herdeiros mais qualificados da Bossa Nova, Marcos Valle, considerado um refinado melodista, inclusive de repercussão internacional.
Exponho aqui um traço pessoal de minha amizade com esses dois tempos, épocas e sentimentos da MPB. Ambos foram queridos amigos, para os quais escrevi e dirigi espetáculos de singular importância. Pouco se acodem de que construí para o autor de “Se você jurar” e “Antonico” o último show dele em palco, precisamente para lhe contar a vida e cantar seus sucessos. O espetáculo “Se você jurar”, considerado pela crítica o mais importante de 1973, correu o Brasil depois de estrear no Teatro Paiol de Curitiba, a que se seguiu o Tuca em São Paulo, ocasião em que Sérgio Buarque de Holanda subiu ao palco para... beijar a mão de Ismael, como faziam os intelectuais dos anos 20 e 30, inclusive Noel Rosa, seu parceiro em 12 joias, perfiladas é claro no show. Teria muito mais a dizer desse momento histórico que marcou minha vida, mas não posso deixar de agregar a cantora Carmem Costa, recém-chegada dos Estados Unidos e que estava no auge vocal, em contra face perfeita a Ismael no palco, que vesti em terno de linho branco, camisa vermelha, gravata e lencinhos brancos.
Marcos Valle recebeu de mim não apenas aplausos e admiração. Muitos convites destinei a ele, a partir da homenagem que lhe prestei no Instituto Cravo Albin quando lhe entreguei o Diploma Ernesto Nazareth em noite de gala com quase cem pessoas a aplaudi-lo. Outro espetáculo de que guardo memória muito acesa foi o da Academia Brasileira de Letras na série histórica a MPB pela ABL. Marcos ao piano foi aplaudido pela nata dos acadêmicos, que entusiasmados lhe confidenciaram que ele seria o melodista brasileiro de excelência, tal como Cole Porter nos E.U.A.

UM SETE DE SETEMBRO REVIGORADO EM BRASÍLIA E NA BIENAL DO LIVRODe fato, torna-se um dever que nós, cronistas do cotidian...
08/09/2023

UM SETE DE SETEMBRO REVIGORADO EM BRASÍLIA E NA BIENAL DO LIVRO

De fato, torna-se um dever que nós, cronistas do cotidiano, registremos o Dia Nacional desta quinta feira como revigorado. Ao invés do triste esvaziamento do Bicentenário da Independência, imposto como propaganda eleitoral para a reeleição do então presidente, comprovou-se no desfile tradicional deste Sete em Brasília a pacificação das Forças Armadas, com ausência de discursórios inadequados, o que de fato fez emergir a despolitização dos quartéis do Brasil. Muitas vezes tramadas pelo governo central para o golpe de Estado de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. Ainda neste Sete foi anunciada a delação premiada do notório Mauro Cid, o mais próximo auxiliar do então chefe do governo. Do qual se aguardam revelações esclarecedoras de atos do mandatário anterior.

As boas notícias também vieram da Bienal do Livro do Rio. Uma novidade absoluta por lá ocorreu no Dia da Pátria. Cabe a este cronista detalhar – o que já havia sido anunciado em texto anterior – o sucesso de um stand não comercial, para apenas vender livros (um dever...). O stand montado pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro para abrigar o público preferencial e crescente a cada ano, as crianças entre 8 e 15 anos, estimuladas (ou conduzidas) pela ampla maioria das escolas públicas e particulares dos municípios próximos.

Pois foi nesta Bienal (lotada por jovens) que a Secretaria de Educação perfilou o que deveria ser feito a cada ano: as honras e citações ao principal protagonista da Independência, o Herói Pedro I, o libertador do Brasil em 1822 com o brado “Independência ou Morte”.

Pedro I foi reverenciado na Bienal não por editoras, mas pela aguda percepção da pasta estadual da Educação que apresentou o livro “Pedro I, Compositor Inesperado” – com 8 ensaios inéditos sobre o Herói Nacional curatelado por Mary Del Priore. O cuidadoso livro do Instituto Cravo Albin foi lançado recentemente na Feira do Livro de Lisboa com grande repercussão. Além de inédita iconografia, contém QR Code e CD embutidos com 18 composições quase desconhecidas pela maioria do povo brasileiro e portugueses.

PEDRO I - HERÓI NACIONAL:EDUCAÇÃO CÍVICA NO BRASILA última e inesperada atração da Bienal do Livro foi provocada pela Se...
05/09/2023

PEDRO I - HERÓI NACIONAL:
EDUCAÇÃO CÍVICA NO BRASIL

A última e inesperada atração da Bienal do Livro foi provocada pela Secretaria Estadual de Educação.

Neste sete de setembro, quinta-feira feriado nacional que se aproxima, a Educação será celebrada lado a lado da História e da Literatura entre o público majoritário (e preferencial) da Bienal do Livro, as crianças de 7 a 15 anos.

No estande da Secretaria Estadual de Educação, a Superintendente Cristina Silveira resolveu apostar na História do Brasil, centrada no 7 de setembro, na figura de Pedro I, o herói nacional que proclamou o grito “Independência ou Morte”. Pedro I será a maior atração no estande da Secretaria de Educação do Estado do Rio.

A Superintendente e a Secretaria de Educação convidaram o livro “Pedro I, o compositor inesperado”, de Ricardo Cravo Albin, para ser abrigado pelo estande da Pasta de Educação no Dia da Pátria.
O livro, lançado recentemente na Feira do Livro de Lisboa, é um sucesso na Europa, já que revela o herói brasileiro – o que pouca gente sabia – como copioso compositor de música erudita, de Credos, Ladainhas, Marchas Patrióticas. Pedro I só era até então conhecido pelo Hino da Independência do Brasil, composto por ele, com letra do poeta Evaristo da Veiga. Das 17 faixas incluídas no livro capa-dura de Cravo Albin, a mais executada é exatamente o Hino da Independência, considerado hino oficial pelo Governo Brasileiro há 200 anos.

A Secretaria da Educação pediu e o produtor do livro doará e sorteará 10 (dez) exemplares entre os grupos que se dispuserem a cantar para um júri de professores da Secretaria a postos na Bienal o famoso Hino composto por Pedro I entre São Paulo e o Rio, depois de declarar o Brasil separado de Portugal, que fez nascer a maior nação da América Latina, o Brasil. O Hino será executado pela 1ª vez pelos autofalantes da Bienal.

As crianças que quiserem obter o Hino do Herói para aprenderem e concorrer ao livro poderão capturar pelos seus celulares o QR Code das músicas de Pedro I que se encontra na capa do livro e/ou no seguinte link: https://pedrocompositorinesperado.institutocravoalbin.com.br/

O concurso começará às 10:30h e se encerrará às 12: 30h.

Endereço

Rio De Janeiro, RJ
22291070

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 10:30 - 17:00
Terça-feira 10:30 - 17:00
Quarta-feira 10:30 - 17:00
Quinta-feira 10:30 - 17:00
Sexta-feira 10:30 - 17:00

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