Movimento acorda Oswaldo Cruz, terreiro do Agbara Dudu, rodas de sambas aos domingos e quartas-feiras, Grupo Quilombo do Samba, homenagem aos grandes bambas, tudo isso junto dentro da geografia cultural, social e política do bairro de Osvaldo Cruz, aliado às iniciativas celulares dos operários do samba, encontraremos o verdadeiro cromossomo cultural de toda essa gente, o Projeto Samba no Buraco do
Galo. O surgimento deste projeto deu-se em função da percepção de um grupo de compositores e músicos do subúrbio do Rio de Janeiro, quanto à condição de inúmeros compositores de Samba da nossa cidade, que vivivam à margem do mundo fonográfico em nosso país. Constatada esta realidade, um núcleo reflexivo resolveu botar a “mão na massa” e passou a realizar periodicamente os encontros de sambista para pensarem meios e formas de superarem esta realidade constatada naquele momento. O espaço do buraco do Galo f**a encravado no interior do conjunto residencial da CEHAB no bairro de Osvaldo Cruz, berço da gloriosa Portela, reduto de grande sambistas, como Paulo da Portela, Natal, Candeia, Argemiro, Casquinha, Manaceia, Osmar do Cavaco, Brancura, Tia Doca, Surica, Eunice e tantos outros bambas. O projeto Samba no Buraco do Galo tem as suas devidas peculiaridades, primeiro pelo pioneirismo em assumir, audaciosamente, a tarefa de reunir compositores autores de sambas anônimos, propiciando aos mesmos uma forma democrática e pratica de realizarem o registro das suas obras musicais, interpretando as mesmas.A cotização financeira entre os integrantes do projeto,foi a chave determinante para concretização desta empreitada coletiva cultural desses operarios da arte musical do Samba. Essa iniciativa pioneira em nosso estado gerou, entre os integrantes do projeto Samba no Buraco do Galo, um profundo sentimento de autoestima, assumido por todos que integram este movimento cultural do subúrbio carioca. Hoje, passado dezessete anos da realização deste feito histórico em nossa trajetória musical, cultural e política, f**a uma certeza de que é sempre necessário ousar para podermos realizar nossos sonhos. A já tradicional roda de samba que se realiza no primeiro sábado de cada mês, reunindo bambas de todos os cantos do nossa querida cidade, transformou-se em ponto de encontro certo para os amantes do bom Samba nosso de cada dia e de compositores que desejam mostrar as suas obras musicais, além é claro, do grande público que admira e gosta de ouvir sambas feitos como expressão da alma. É assim que se forma o ambiente deste consagrado reduto de sambistas da periferia carioca, músicos de primeira linha, pastoras encantadoras, compositores com ar de menestrel e o povo conduzindo, com sua participação seja com o canto, seja com o refrão, o conjunto das nossas emoções.