16/05/2023
"Mãe é quem f**a. Depois que todos vão. Depois que a luz apaga. Depois que todos dormem. Mãe f**a.
Às vezes não f**a em presença física. Mas mãe sempre f**a. Uma vez que você tenha um filho, nunca mais seu coração estará inteiramente onde você estiver. Uma parte sempre f**a.
F**a neles. Se eles comeram. Se dormiram na hora certa. Se brincaram como deveriam. Se a professora da escola é gentil. Se o amiguinho parou de bater. Se o pai lembrou de dar o remédio.
Mãe f**a. F**a entalada no escorregador do espaço kids, pra brincar com a cria. F**a espremida no canto da cama de madrugada pra se certif**ar que a tosse melhorou. F**a com o resto da comida do filho, pra não perder mais tempo cozinhando.
É quando a gente f**a que nasce a mãe. Na presença inteira. No olhar atento. Nos braços que embalam. No colo que acolhe.
Mãe é quem f**a. Quando o chão some sob os pés. Quando todo mundo vai embora. Quando as certezas se desfazem. Mãe f**a.
Mãe é a teimosia do amor, que insiste em permanecer e ocupar todos os cantos. É caminho de cura. Nada jamais será mais transformador do que amar um filho. E nada jamais será mais fortalecedor que ser amado por uma mãe.
É porque a mãe f**a, que o filho vai. E no filho que vai, sempre f**a um pouco da mãe : em um jeito peculiar de dobrar as roupas. Na mania de empilhar a louça só do lado esquerdo da pia. No hábito de sempre avisar que está entrando no banho. Na compaixão pelos outros. No olhar sensível. Na força pra lutar.
No coração do filho, mãe f**a."
(Texto de Bruna Estrela)