16/08/2024
Lembranças de um Amor Eterno
Meu querido amor,
Desde o momento em que você partiu, deixando-me sozinha aqui, senti um vazio imenso, como se uma parte de mim tivesse sido arrancada. Você, que era meu tudo, minha companhia constante, agora está em outro lugar. Mas desejo, do fundo do meu coração, que possamos estar sempre juntos, de alguma forma, transcendendo tempo e espaço.
Quando puder, me leve com você. Leve-me nas memórias dos momentos que compartilhamos, nos sorrisos que iluminaram nossos dias, nas lágrimas que secamos juntos. Leve-me no seu coração, onde sempre encontramos conforto um no outro.
E se, por alguma razão, não puder carregar minha memória em sua alma, que me leve no pensamento, gravado nas estrelas do céu, nas lembranças dos dias felizes, nas conversas que nunca tivemos, mas sempre sonhamos, e nas risadas sinceras. Que eu continue a viver em você, mesmo que seja apenas nos cantos mais distantes da sua mente, como você me dizia: a sua mulher genial e premonitória, a sua pétala úmida da rosa branquinha.
Mas, se mesmo isso for impossível, se a morte erguer barreiras intransponíveis, que você, meu primeiro e eterno amor, me leve no esquecimento de tudo de ruim que aconteceu aqui na Terra. Que minha essência permaneça em algum canto do seu ser, mesmo que seja na sombra do que fomos, na quietude do que representamos.
Eu sigo aqui, guardando você em cada batida do meu coração, em cada suspiro de saudade. Que nosso amor, mesmo além da vida, continue a iluminar nossos caminhos, até que possamos nos reencontrar. E que, quando esse momento chegar, você repita o gesto do menino apaixonado, espiando-me por um orifício na porta, enquanto me preparo para subir as escadas que me levarão ao seu encontro. Que nos reconheçamos na vida eterna, ao lado de mãezinha e daqueles que nos amaram e que nós amamos.
Com todo o meu amor,
Verinha
Soneto do Amor que Transcende
Em cada batida do meu coração,
Guardo-te, amor, nas dobras do meu ser,
E nas estrelas, faço meu viver,
Rendendo-te eterna adoração.
No céu azul, teus olhos vou buscar,
No vento brando, ouço a tua voz,
E na lembrança de nós dois a sós,
Reencontro-te em sonhos ao luar.
Se a morte erguer barreiras de saudade,
Que o nosso amor, tão forte e verdadeiro,
Seja ponte de luz, nossa eternidade.
E quando nos encontrarmos, sorrateiro,
Reconheça-me em doce felicidade,
E juntos seremos um só, por inteiro.
Vera Pessoa de Souza
São Paulo,15 de agosto de 2024
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The Tempest, by John William Waterhouse
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