15/08/2023
CECILIA KERCHE
Uma longa ovação sucedeu sua atuação no papel principal de O Lago dos Cisnes no Teatro de Bashkir. Consagrada, ela se tornou a figura mais emblemática da bailarina puramente clássica da nossa história em nível internacional. O público parisiense já ficara perplexo diante daquela brasileira na gala Gigantes da Dança, da qual participavam nomes como o de Maya Plissetskaya.
Ver Cecília dançar é estar diante do passado com sua tradição e do futuro, em que ela contagiou gerações de bailarinos com seu brilho singular. Pois Cecilia foi uma bailarina além do seu tempo, tão moderna e atual que é como se ela intuísse a dança do bailarino de amanhã.
Pedro Kraszczuk, seu marido, foi seu grande orientador. Com ele submeteu-se a um trabalho direcionado em que desenvolveu sua técnica, sua personalidade e o papel que pretendia cumprir dentro da dança.
Em 1982, ingressou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro onde, em 1985, era promovida a primeira bailarina.
Dança pura, bela, escola perfeita, nenhuma concessão. Corpo que expressava tudo em interpretações absolutamente voltadas para o personagem.
Países como França, Rússia, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Cuba, Coreia do Sul, Chile, Austrália e Brasil renderam-se à beleza de sua dança. Sua presença no Albert Hall de Londres emocionou o público.
Cecília dividiu o palco com os maiores bailarinos do Brasil e do mundo como Marcelo Gomes, Fernando Bujones, Maximiliano Guerra, Igor Zelenski, Carlos Acosta, Jose Manuel Carreño.
Ama o Brasil, país do qual nunca se afastou. Lutou pelos direitos dos bailarinos, sempre firme na defesa de seus princípios.
Cecília Kerche, grande bailarina brasileira no mundo, sua Pátria agradece oferecendo-lhe a mais alta comenda, a Ordem do Mérito do Rio Branco, no grau Cavaleiro, entregue no palco do Centreventos, no 40º Festival de Dança de Joinville, numa iniciativa do “Mestres da Dança”.
Nosso país legitima oficialmente sua extraordinária vida dedicada à dança e ao ballet clássico.