As discussões sobre a preservação dos recursos litorâneos e oceânicos, bem como os as zonas costeiras adjacentes e suas formas de vida, demandam novos horizontes, com propostas mais realistas, indo além do cenário atual alarmista, mas pouco eficiente. Na atual conjuntura, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer nessa área até atingir um consenso de sustentabilidade popular. Apesar dos esfo
rços nas últimas décadas o país ainda não aprendeu a preservar os ambientes terrestres de forma adequada, ainda ocorrendo grande desmatamento. Enquanto no mar, que é o menos conhecido, o levantamento de recursos ainda é precário e restrito a identificação de espécies, embora seja reconhecido o grande esforço de cientistas para sua preservação. Para colaborar nesse sentido criamos esse Festival, levando em consideração que a maior faixa de praias do Brasil está na Bahia. Os manguezais, santuários ecológicos e maiores recifes de corais estão aqui. Por isso, a região é uma área de grande importância para muitas espécies ameaçadas, funcionando como repositório de peixes para outras regiões afetadas pela pesca predatória. Entretanto muitos pesquisadores consideram que o conjunto de áreas protegidas existentes na região ainda não é suficiente para atingir o nível de sustentabilidade necessária para manutenção dos estoques pesqueiros, garantindo emprego e renda. A situação demanda estudo de avaliação das condições atuais de uso e políticas de consenso fundamentais para o processo de conscientização da população, criando novos sistemas de proteção ambiental. No processo de ampliação das áreas de reserva de estoques protegidas, procuramos envolver ao máximo a comunidade na discussão, mostrando como recursos usados podem ser administrados de forma sustentável. Ações integradas que visam a garantia de manutenção de recursos que valorizam a região costeira, buscando abrir novos mercados atraindo investimentos. A outra questão prioritária é a definição de parâmetros econômicos do zoneamento costeiro e oceânico com estudos locacionais adequados, definindo relações de oferta e demanda e assim as prioridades para atividades bioeconômicas com suas funções sociais. Na situação atual a produção de petróleo e gás vem sendo priorizada com medidas compensatórias adequadas, ocupando grandes áreas de produção e circulação nos mares, ignorando direitos tradicionais da pesca sem medidas compensatórias realistas e adequadas as perdas durante década.
