HISTÓRICO DO GRUPO DE TEATRO DE AMADORES DE TRIUNFO – GTAT
O Grupo deu os seus primeiros passos na década de 70, mais precisamente no ano de 1975, quando jovens da comunidade local reuniram-se para montar pela primeira vez o drama da Paixão de Cristo, sendo, por isso, a princípio, identificado como Grupo da Paixão de Cristo. A frente do grupo estava o frade alemão Humberto Wasklarrach, já falecido
. A apresentação da Paixão de Cristo foi-se repetindo ano após ano, tornando-se aos poucos uma tradição. A encenação era realizada num campo de futebol, no sítio do Convento São Boaventura, onde eram montados os cenários. Cada vez mais entusiasmado e ganhando adesões, o grupo passou a produzir outros espetáculos, de forma que não ficou restrito às temporadas da Paixão de Cristo, por ocasião da Semana Santa, uma única vez por ano. Em 1984, o espetáculo da Paixão de Cristo foi apresentado pelo grupo na Praça XV de Novembro, centro de Triunfo. Foi um acontecimento inédito, que contou com efeitos naturais, pois, durante a crucificação, a chuva carregada de relâmpagos e trovões tornou a cena ainda mais emocionante, ofertando-lhe mais brilho. O ano de 1985 foi marcado pela mais emblemática inovação do grupo e consequentemente do espetáculo da Paixão de Cristo em Triunfo: a construção das primeiras réplicas em alvenaria das edificações da época de Cristo, que fez surgir uma pequena cidade teatro, ao lado da tradicional Escola Mons. Luiz Sampaio, onde o espetáculo foi-se inovando, renovando e modernizando até a sua última temporada em 2005. O cenário natural da localidade é privilegiado, com pedras gigantes e vegetação característica, servindo de palco para diversas cenas. No ano de 1986, João Araújo assumiu a liderança do grupo e com atitudes decisivas transformou-o em pessoa jurídica, incrementou o espetáculo da Paixão, fazendo inúmeras modificações no roteiro e passou a atuar em outros momentos culturais da cidade e região, fazendo montagens de textos como Hoje a banda não sai, São Francisco de Assis – vida e morte, Calças Penhoradas, entre outras. No biênio de 1998 e 1999, o espetáculo da Paixão não foi encenado, pois o seu principal ator, Alberto Marcelino, que interpretava Jesus Cristo, foi acidentado, ficando impossibilitado, retomando as atividades em 2000. Outra grande inovação aconteceu no ano de 2003, quando o espetáculo passou a ser encenado utilizando o recurso de dublagem, o que lhe conferiu maior precisão e emoção com a exploração dos mais diversos efeitos sonoros. O espetáculo crescia cada vez mais a cada nova temporada, tomando grandes proporções. Infelizmente, a partir de 2006, devido a problemas financeiros, a encenação teve que ser interrompida. Já não havia condições de produzir o espetáculo com poucos recursos, pois a proposta arrojada demandava também o dispêndio proporcional a uma cidade teatro, ainda que pequena. Acompanhava-se a tecnologia e os seus mais diversos efeitos, inclusive financeiros.
2005 marcou a última temporada, depois da participação nos Festivais de Teatro de Triunfo nos anos de 2002 e 2003, nos diversos momentos culturais do município, a exemplo da tradicional Festa dos Estudantes, em seminários e de 28 temporadas de apresentação do espetáculo da Paixão. Em 2017, o Grupo retoma a produção e encenação da peça, agora na Via Verde, espaço ao ar livre, no centro de Triunfo, tendo firmado compromisso com o poder público local de restaurar e ampliar a cidade teatro, que é a casa do espetáculo. Claramente se observa que a história do grupo se confunde com a história do espetáculo Paixão de Cristo, sua grande paixão, paixão e orgulho do povo triunfense e patrimônio da nossa gente.